A pesquisa ANÁLISE ADVOCACIA DIVERSIDADE E INCLUSÃO 2024, que apresenta práticas e estruturas internas de Diversidade e Inclusão (D&I) dos escritórios de advocacia empresarial em todo o Brasil, destaca um progresso ainda modesto na inclusão de pessoas com deficiência (PcDs). Apesar de 45% dos escritórios entrevistados relatarem a existência de programas e comitês específicos voltados para apoiar a inclusão de pessoas com deficiência (PcDs) em suas equipes, a realidade da inclusão de advogados com deficiência ainda é desafiadora.
Dos 426 escritórios de advocacia participantes da pesquisa, 47% relataram não contar com profissionais com deficiência (PcDs) em suas equipes. Este dado revela uma significativa lacuna na inclusão de advogados com deficiência no setor jurídico. Em contraste, 11% dos escritórios afirmaram ter pelo menos um advogado com deficiência em seu quadro, o que representa um modesto avanço em comparação com a primeira edição da pesquisa, onde a inclusão era ainda mais restrita.
Este aumento de três pontos percentuais destaca um pequeno progresso, mas também evidencia que a maioria dos escritórios ainda enfrenta desafios para integrar profissionais com deficiência de maneira mais ampla e eficaz. A evolução desses números sugere uma crescente, mas gradual, conscientização sobre a importância da diversidade no ambiente jurídico, ressaltando a necessidade contínua de estratégias mais robustas e inclusivas.
A pesquisa ANÁLISE ADVOCACIA DIVERSIDADE E INCLUSÃO 2024 revelou detalhes sobre os tipos de deficiência presentes nos escritórios de advocacia. Dos participantes, 17% afirmaram ter colaboradores com transtornos de humor, 16% com deficiência física leve, 12% com deficiência auditiva, 11% com baixa visão e 10% com autismo.
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Para os escritórios que ainda não adotam práticas de diversidade e inclusão na contratação de pessoas com deficiência, Patrícia sugere que o primeiro passo é definir metas claras. “Façam um relatório ESG e estabeleçam metas para melhorar os números. Quando você cria uma meta e a comunica à sociedade, aos stakeholders e parceiros de negócios, você estabelece um compromisso que gera mais lealdade. Diversidade e inclusão não são mais pautas secundárias; são prioridades”, enfatizou Blumberg.
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Fernanda complementa que o primeiro passo é entender como o escritório pode contribuir para a sociedade. “Acho que essa visão global, especialmente em um escritório de contencioso de alto volume, onde muita gente trabalha, é essencial. Se cada um fizer sua parte na sociedade, a contribuição de um escritório cresce exponencialmente. Imagine se todos praticassem isso; o benefício social seria imenso, cada um dentro de sua esfera”, afirmou.
“Acredito que nos tornamos pessoas melhores e, de modo geral, a sociedade se torna muito melhor. Isso está mais alinhado com o mundo moderno e o corporativo. É difícil para mim entender como alguém pode não enxergar isso”, concluiu.