Uma pesquisa divulgada este ano – que analisou mais de 17 mil profissionais de 500 companhias – apontou que há uma maior propensão à prática de ilícitos por parte dos profissionais nas companhias, mesmo naquelas com programas de compliance.
1. Que fatores estão contribuindo para esse cenário?
De um lado, temos a crise da pandemia, que gerou insegurança sobre a manutenção dos empregos, do sustento das famílias, do futuro, além de comprometer a saúde mental dos profissionais. E, de outro, temos a insegurança por parte daqueles que têm ciência de irregularidades, mas temem denunciar e sofrer possíveis impactos em um ambiente de trabalho cada vez mais fluído. Há, portanto, um cenário de riscos que deve preocupar as empresas.
2. Qual a resposta para essa ‘flexibilização ética’?
Sem dúvida, consolidar os programas de conformidade, quando já estão implantados nas empresas com treinamentos das equipes e integração ao negócio. No caso de a organização não possuir um programa de compliance, deve implantá-lo o mais breve possível para poder contar com essa ferramenta cada vez mais essencial para boas práticas de gestão e gestão de riscos, estabelecendo uma política que torne a empresa eticamente mais sustentável e evite desvios de comportamento de seus profissionais.
3. Ignorar os programas de conformidade pode gerar crise reputacional?
Sem dúvida. Em todas as companhias, onde as práticas de governança não contam com o suporte de um programa de conformidade capaz de detectar riscos estratégicos, operacionais, regulatórios, legais e de propor soluções, pode levar a empresa a ficar exposta negativamente no mercado e comprometer sua marca, além de perder a confiança da sociedade.
A melhor resposta contra todo tipo de crise é a prevenção, que vem com um consistente programa de compliance, que ajuda a monitorar diferentes riscos e mitigar qualquer situação de crise.
4. Isso envolve mudança cultural?
Sem dúvida. É preciso reconhecer que o Programa de Compliance envolve diretamente a questão da governança e todos os profissionais de uma companhia, do C-Level ao chão de fábrica, refletindo seus princípios e valores, portanto, sua cultura.
Em um mundo em constante mutação, tornou-se fundamental adotar um programa de compliance porque crescem diariamente os fatores que impactam os negócios e as prioridades dos clientes. Atualmente, uma empresa precisa ser reconhecida pelo mercado e pela sociedade não apenas pela sua expertise, mas pelas suas boas práticas e isso só é possível com uma competente gestão de riscos.