No encerramento do “II Fórum de Direito, Tecnologia e Inovação” da OAB/RJ, realizado no dia 5/7, na sede da seccional fluminense, o sócio da Lee, Brock, Camargo Advogados (LBCA), Fabio Rivelli, fez um alerta de que as tecnologias da Inteligência Artificial Generativa não vão tirar o trabalho dos advogados: “As máquinas, não vão substituir os homens, nem devem chegar a superar o conhecimento humano (singularidade robótica), mas agregam ferramentas e trazem muitas oportunidades que ajudam o advogado a economizar tempo com tarefas repetitivas, para que possam se dedicar mais aos clientes e a aprender mais”.
Rivelli, que analisou o tema “A Nova Gestão na Era da Inteligência Artificial” elogiou a OAB/RJ e a idealizadora do evento, Maria Luciana Pereira de Souza, pela realização do encontro com palestras e convidados tão relevantes sobre IA e disponibilizado gratuitamente para os advogados. Ele lembrou que no mercado, seminários deste porte são onerosos aos participantes. “Encontros como esses fazem a advocacia crescer”, disse.
Rivelli comparou as tecnologias de IA que já chegaram a todos os setores, incluindo o Direito, com o refluxo do mar: A onda vem e leva todos os barquinhos. “Equipara as chances para todo o mundo. Nivelou todos os profissionais, incluindo os advogados de todas as idades, abrindo oportunidades”, comentou.
LEIA TAMBÉM: Aplicações de inteligência artificial potencializam o ESG
Na palestra, Fabio Rivelli também apresentou uma linha do tempo da tecnologia, baseada no Fórum Econômico Mundial e o looping dos 9 mil anos, no qual surgem conquistas como a eletricidade, automóvel etc., uma série de inovações e disrupções concentradas em 60 anos. “Agora com os sistemas de IA tudo acontece muito rápido, não dá para prever o que vai ocorrer nos próximos 6 meses. O que estamos vivendo agora é o que o ser humano sempre procurou”, comentou. Ele citou, por exemplo, a evolução de uma foto criada por tecnologia em 2014 e 2024, sendo quase impossível dizer que foi gerada por um algoritmo.
Na exposição, o sócio da LBCA fez um retrocesso histórico do que que a humanidade entendia como robôs, citando alguns exemplos da antiguidade, como Talos, o guardião de Creta e o robô gigante de uma antiga série de TV, bem diversa da atual, e que hoje existem 44 zettabytes de dados em todo o universo digital e que não é preciso entrar nas redes sociais para gerar dados, isso acontece quando utilizamos apenas o celular.
LEIA TAMBÉM: Direito autoral na era da inteligência artificial: como garantir a proteção?
No encerramento de sua palestra, Rivelli apresentou a pioneira política de uso ético e responsável de IAG da LBCA e as cinco fases da gestão jurídica, segundo os critérios de tecnologia, pessoas, processos e financeiro ao longo do tempo.
- A fase 1 reúne as ferramentas, os advogados, a ausência de processos tecnológicos e o custo;
- A fase 2 apresenta o sistema, os advogados, os computadores, o fluxo no sistema e os investimentos e a governança;
- Na fase 3, entram em cena as law techs, a equipe multidisciplinar, o fluxo da operação principal, o investimento e a performance;
- Na fase 4, o uso da plataforma, todos os fluxos conectados pela plataforma e o investimento e a performance;
- A fase 5 é marcada pelo início da IA na advocacia.