Quarenta e cinco exemplares do livro infantil “Um Alerta na Floresta” foram entregues nesta terça-feira (09) a estudantes cegos do Colégio Vicentino de Cegos Padre Chico, a mais antiga organização filantrópica para deficientes visuais do Estado de São Paulo, fundada no bairro do Ipiranga em 1928.
Para atender a todos os alunos do 4º ano da instituição de ensino, foram disponibilizadas três versões: os exemplares adaptados ao braille para estudantes cegos, os com as letras na versão ampliada (Corpo 24) para os jovens de baixa visão, e a versão original do livro, completa e sem adaptações, também foi distribuída aos alunos sem deficiências.
Perto de completar 100 anos, o Colégio Vicentino de Cegos Padre Chico faz atendimento gratuito aos jovens e, para sua sobrevivência e sustentabilidade financeira, depende de contribuições de empresas e doações de pessoas físicas.
A adaptação e doação foi feita pelo escritório de advocacia Lee, Brock, Camargo Advogados (LBCA) e faz parte de sua estratégia ESG (sigla em inglês para questões ambientais, sociais e de governança corporativa). A entrega foi feita nesta terça com a presença dos membros do Comitê de Diversidade e Inclusão da LBCA: Daniele Gobi de Azevedo, presidente do Comitê e sócia do escritório; Getlaine Alves, sócia e membro do Comitê; Simone de Almeida Costa Patara, advogada e membro; e Santamaria Silveira, jornalista e integrante do Comitê.
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O livro, de autoria de Santamaria Silveira e ilustrado por Cecílio, faz parte de uma série de ecobooks do escritório que tem o objetivo de ensinar sobre sustentabilidade a jovens e crianças.“Um Alerta na Floresta” conta a história da Cutia, Paca e Boitatá, que vivenciaram uma grande aventura para vencer o fogo ilegal na floresta, o desmatamento e a perda da biodiversidade.
Para a autora, a intenção da publicação é sensibilizar as crianças e aguçar sua percepção de que o ser humano pode tirar recursos da natureza sem necessariamente destruí-la, e fala da importância de proteger e cuidar dos recursos naturais para sempre tê-los.
“O texto tenta fazer de forma lúdica a conexão entre o estudante e o meio ambiente e explicar que não estamos separados, mas dependemos um do outro.
As crianças já sabem qual é o caminho porque amam os animais, as florestas, os rios e os oceanos”, conta Silveira. Ela acrescenta que na história, os animais-personagens expõem empatia, união e defesa da sustentabilidade. O Colégio Vicentino de Cegos Padre Chico possui atualmente 10 salas de aulas, atendendo desde a educação infantil até o fundamental. Todas as atividades são adaptadas aos estudantes cegos, com baixa visão, sem deficiências ou ainda com outros comprometimentos de aprendizagem.
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Luciana Ruiz, professora de Língua Portuguesa, conta que muitas famílias escolhem a escola porque seus filhos passam por histórias de insucesso escolar, passando de ano sem terem conhecido o Sistema Braille, por exemplo, fundamental para a alfabetização.
Nas salas, as crianças utilizam máquinas Perkins Brailler para produzirem o sistema de escrita. Também são oferecidas refeições (café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde) e livros de forma gratuita. No período da tarde, há atividades extracurriculares, tais como balé, teclado, piano e Orientação e Mobilidade, nas quais os alunos aprendem a se locomover pela cidade e andar em transporte público de forma autônoma.